2016 está chegando ao fim, e é no
final que tiro um tempinho para realmente escrever. Meu diário foi deixado de
lado diante de tantos acontecimentos. A vida mudou e me mudou com ela.
O final de 2015 trouxe uma virada
violenta. A perca, a realização de um sonho e a construção de um novo caminho.
O segundo semestre de 2015 talvez já fosse um prenúncio do que iria acontecer
em 2016.
Quantas transformações!
Aos 30 anos me tornei mais
madura, mais decidida e ao mesmo tempo é como se eu, ainda, precisasse da alma
que eu tinha aos 15 anos. Eu precisava dos sonhos e dos anseios de uma
adolescente e me permiti ter e viver novamente como uma garota de 15 anos.
Aprendi que o amor pode estar em
um olhar e ao mesmo tempo se esvair com o sopro do vento. E também que é
preciso levantar e seguir, pois novas estações sempre virão. Tem uma primavera
me esperando em 2017. É nisso que preciso acreditar.
Percebi que não dá para deixar
nada para depois e que me dou muito bem com prazos, cronogramas... Eu que nunca
me dei bem com cobranças, passei a cobrar metas de mim mesma. Nem sempre
funcionou, mas estou tentando, ainda.
Descobri novos lugares, novas
pessoas e também novas atitudes diante do mundo.
Me construí ainda mais realista,
apesar de não ter deixado a menina de 15 anos sonhadora adormecida. Me permiti
viver sonhos e programações que jamais imaginava. Aproveitei cada segundo,
apesar das provações que se sucederam. Me percebi mais forte (eu acho).
Acredito que em muitos momentos
falhei. Tenho certeza disso. Mas também pensei muito nos outros, e quando vi
que minhas atitudes poderiam prejudicar a quem quer que fosse, também descobri
que era hora de parar, colocar os pés no chão e agir com sobriedade. Mesmo
quando o coração dizia para continuar.
Não sei se o coração estava
certo. Aliás dei muito ouvido a ele neste ano, muito mais do que na razão que
sempre me acompanhou. Mas depois de tanto agir pela emoção, foi perceptível que
já era hora de parar e pensar no que eu estava fazendo com meu próprio futuro e
com o futuro das pessoas que amava.
Acho que tomei decisões certas
nas horas certas durante este ano. Por mais que elas doam hoje em mim e em
outras pessoas, é preciso manter a sensatez, resgatar as raízes e continuar
semeando boas sementes para ficar de pé.
A vida me cobrará o necessário
quando for preciso. Estou disposta a pagar por isso.
Me vi mais corajosa. Antes, por
qualquer motivo, eu pensava duas vezes. O ano de 2016 me deu a chance de agir
sem pensar muito, me dei a chance de viver um pouco mais. Afinal, não sei até
quando estarei por aqui. Procurei sentir cada segundo intensamente. Revigorei
minhas energias.
Assumi também muitas
responsabilidades. Nem tudo foram flores, apesar delas terem estado bastante
presentes no meu dia a dia neste ano. As flores fizeram um grande diferencial
nos meus “bons dias” e “boas noites”. Mas até as flores também passaram...
assim como as palavras doces que recebia... enfim, como tudo na vida, passa.
Me percebi mais preocupada com
mim mesma, com meus erros... mas nem por isso deixei de errar. Briguei muito
sem motivo, outras vezes com motivo... sorri muito também... mas chorei
demasiadamente. Aquele choro escondido, abafado, miúdo, debaixo do chuveiro ou
no travesseiro durante a madrugada.
As madrugadas foram mais longas
do que de costume. Boas ou ruins. Alegres, intensas ou muitas vezes (a
maioria!) solitárias. Mas elas me mostram muito mais em reflexão do que as
horas intensas dos meus dias.
Trabalhei muito. Mas também me
diverti como nunca tinha feito antes.
Preciso me encontrar em mais
lugares em 2017 e nos anos subsequentes. Esta é uma promessa que fiz a mim
mesma.
Quantas passagens de ônibus ou de
avião foram gastas? Quantos quilômetros rodei? Sozinha ou acompanhada? Não importam
os valores, o que valeu a pena foram as experiências em cada uma delas.
Sorrisos e lágrimas nestas estradas. Sono e cansaço. Tudo se misturava e ali
minha vida estava sendo moldada de forma quase imperceptível.
Foi um ano de muitas transformações.
De amor, de decepção, de entrega. Sem arrependimentos. Foi um ano, no entanto,
que deve ser fechado. Um capítulo que não volta mais.
Geralmente detesto encarar
viradas de 31 de dezembro para 01 de janeiro como uma mudança extraordinária,
porque de 23h59 para 0h00, não mudamos de repente, a vida não muda de repente.
Mas desta vez, preciso fechar o ciclo, preciso encerrar e abrir uma outra
história. Por mais que 2016 tenha sido um ano diferente em todos os sentidos,
preciso fechá-lo, não como fuga da realidade, porque no final ela sempre nos
persegue. É preciso apenas fechá-lo como libertação, para poder retomar os
sonhos, os velhos bons hábitos que deixei em algum momento para traz, mas
dentro de novas perspectivas.
Amadureci. É assim que resumo
2016.
Quero construir! É assim que
desejo 2017.