Hoje recebi na minha página do orkut, por meio de um vídeo do youtube, um poema enviado por um amigo.
Há algum tempo recordei-me de ter lido este poema, entre tantos outros, em alguns sites pela internet. Quem me conhece sabe o quanto eu gosto deste tipo de literatura, principalmente quando se trata de poemas que retratam o ser humano de maneira simples e clara, assim como nas poesias de Drummond e de Fernando Pessoa.
Algumas pessoas (críticos literários ou metidos a isso!) gostam de dizer que tais poesias são chulas, grosseiras, sem estilo... Eu gosto do simples. Elas tem a capacidade de traduzir as variações da mente humana de uma maneira normal, sem revestimentos linguísticos de difícil compreensão.
Assim é essa poesia, INSTANTES.
A autoria dada a Jorge Luís Borges, é ainda motivo de grandes questionamentos. Há os que dizem que na verdade a autora é norte-americana e se chama Nadine Stair. Sem travar grandes questionamentos sobre a autoria, quero apenas deixar aqui o texto poético, que me encanta e me leva a reflexão cada vez que leio ele... e claro, uma homenagem a quem me proporcionou apreciá-lo mais uma vez! Valeu Waltson! Obrigada Amigo!
INSTANTES
"Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo"
(De autoria apócrifa, mas muitos atribuem o poema a Jorge Luís Borges)
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