quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje, repetidamente.

Sempre gosto de examinar as situações.


Aquela história de analisar o terreno em que vamos pisar, calcular o risco-proveito de determinada situação, traçar um caminho e correr contra o tempo... É sempre mais fácil olhar para a vida dizendo: “sou eu que faço meu caminho”.
Mas existe um momento em que é inevitável deixar todas essas frases típicas de palestrantes motivacionais de lado e parar com o foco no hoje.

O HOJE é tão mais sensato e preciso.

Não que seja desnecessário pensar no futuro, aquela frase (também típica) “plantando hoje para colher amanhã” é uma verdade quase incondicional. Mas a proposta que quero hoje é apenas viver o agora. Apenas hoje, nesta manhã que se anuncia, respirar algo além de propostas transformadoras. Um dia apenas para viver O DIA, sem pensar no futuro ou me ater ao que fiz no passado.

É bom olhar pra frente, mas quero apenas admirar o sol, sorrir como criança e me dedicar aos minutos construídos por segundos nestes instantes.

Que chegue a noite.

Amanhã retomo o pensamento objetivo.

Hoje eu quero subjetivar e viver apenas o singular das coisas e das pessoas que cruzarem o meu caminho.














(Gisa Borges)

quinta-feira, 17 de março de 2011

seres



A mescla do cheiro de rosas a deixava nitidamente extasiada.
As lembranças tocam fundo, mas não modificam o presente, pelo contrário apenas o confirmam.

Ao olhar para a sala vê as brincadeiras inocentes de dois seres, principais responsáveis pelas lembranças efêmeras daquele perfume, pai e filho.

Retorna então ao êxtase das rosas que não falam, mas mesmo assim lhe disseram, durante todos estes anos, o quanto cada momento continua valendo à pena... As rosas que não mentiram ao seu coração.
 

sábado, 5 de março de 2011



“Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom... faz parte do meu show.”


(Cazuza – “Faz parte do meu show”)


Você passou e notou aquele instante.

Seu sorriso, seu jeito de me olhar.

O tempo nublado, a chuva e o vento forte poderiam ter deixado tudo mais feio e disperso. Mas os passos que demos, sim, foram breves e perfeitos ao ponto de tornarem-se repetidos como as palavras que também foram ditas.

Perdão não compensa. Não precisamos esquecer os erros ou nos arrepender de termos cometido coisas tão normais e iguais.

Valeu à pena perder o sentido, nos desligarmos do mundo... Hoje te levo e você me levará.