sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um líder consciente não pode terceirizar suas relações

Por Vicky Bloch
para o "Valor Econômico" (link)


Capacitar um profissional para o comando é algo relativamente simples. Está disponível para quem quiser um infinito número de treinamentos, cursos de formação e ferramentas de todos os tipos para ensinar gente a gerenciar equipes, áreas ou empresas.

Não estou desmerecendo o papel de quem está em uma posição de chefia. Sei o quanto é árduo o mundo corporativo e como é preciso trabalhar duro para subir na carreira. O profissional em cargo de gestão provavelmente recebeu ou conquistou o poder de mando por seus próprios méritos. E, por intermédio da autoridade adquirida, exerce influência sobre as pessoas, pensamentos e opiniões. Mas daí a exercer efetivamente uma liderança vai uma boa distância.

Liderar deve ser um ato de cidadania e não a realização de um sonho de juventude de se sentar na cadeira de chefe e ganhar plaquinha com seu nome na porta da sala. A liderança transformadora, que fará diferença para uma organização e para a sociedade, emerge de uma motivação íntima e legítima de ajudar. Tenho dito com frequência que está faltando solidariedade dentro das organizações. Infelizmente, tenho notado que os gestores estão desencantando as suas equipes. As pessoas não sentem mais vontade de ir para o trabalho.

Afirmo, contudo, que é possível, sim, liderar equipes e organizações de um modo diferente. Teremos uma sociedade mais equilibrada e com valores sólidos quando os líderes empresariais, sejam eles acionistas ou gestores, priorizarem as relações sustentáveis com as pessoas.

Os verdadeiros líderes nos negócios têm consciência do seu legado e da sua opção por exercer a cidadania por meio do seu cargo de gestão. Sabem que não estão ali por acaso, encaram o processo como uma missão de servir ao outro e levá-lo a construir um espaço maior do que ele possui hoje.

Para esse profissional, pouco importa a placa na porta da sala. Muitas vezes, sua sala nem sequer tem uma divisão que o separa completamente dos demais. Ele não é motivado pelo status, mas pela possibilidade de influenciar o meio e propiciar o crescimento de pessoas - sejam empregados, clientes, fornecedores ou a comunidade. As pessoas que admiramos provavelmente se destacaram mais pelo que fizeram aos outros do que a si próprias. Comprometeram-se com causas e inspiram por atuarem de uma maneira que gostaríamos de reproduzir.

Líderes que criam esse ambiente influenciam positivamente a autoestima do seu time por mostrarem que existe um interesse genuíno pelo desenvolvimento do grupo. Essa liderança tem autoridade moral para falar e ser ouvida. São chefes que reconhecem, premiam e reconstroem. São dotados de uma visão holística de organização e de sociedade. Promover esse sentido de comunidade junto aos stakeholders é exercer a cidadania.

Não existe metodologia ou treinamento para se importar mais com as pessoas. Estamos falando de uma atitude perante a vida. Nossos modelos nos deixaram um legado e, certamente, não foram treinados para isso em um workshop de liderança. Esses líderes são reconhecidos como representantes de uma comunidade. Não se trata de heróis, mas de gente comum que, com um pouco mais de trabalho e de reflexão, compreende de forma diferenciada as necessidades dos que lhe cercam.

O líder consciente acolhe as pessoas como elas são, enxerga um indivíduo como uma totalidade de papéis. Ao agir com cidadania, gera uma sinergia entre os vários elos da cadeia produtiva, dentro e fora da organização. Somente dessa forma ele é capaz de exercer a liderança na plenitude e gerar resultados sustentáveis. Pequenas atitudes, como não deixar os consumidores se sentindo órfãos de atendimento ou estar presente na reunião de pais da escola de seu filho, são fortes evidências do quanto um líder realmente se importa com as pessoas.

Assim como uma mãe tem que tomar cuidado para não terceirizar a criação dos seus filhos, um executivo não pode cair na armadilha de terceirizar suas relações e contratar instituições para cuidar daqueles que diz respeitar e amar. Por maior que seja a pressão no dia a dia, coloque-se por alguns instantes no lugar da sua família, do seu funcionário, do seu cliente e do seu fornecedor, que lhe pedem um pouco mais da sua atenção. Seja atencioso e procure dar o melhor atendimento possível.


*Vicky Bloch é professora da FGV, do MBA de recursos humanos da FIA e fundadora da Vicky Bloch Associados


Reflexão da sexta-feira

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."

(Platão)








terça-feira, 25 de outubro de 2011

De Vinícius de Moraes para esta terça-feira

"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,

o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,

o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."



(Vinícius de Moraes)



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Positividade



#ReflexãoDoDia:

Cuidado com as palavras proferidas. São elas que fazem a nossa realidade e determinam o amanhã. Positividade sempre!


(Gisa Borges)










terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O mundo em vermelho e azul de Zizek e Jobs



Por Maria Cristina Fernandes
Fonte: Valor Econômico, 14/10/2011 (Link)

Camisa de malha vermelha estampada por um Karl Marx gorducho e em cima do que no Youtube parece um banco de madeira, Slavoj Zizek usa microfone humano para reproduzir seu discurso numa praça arborizada em Wall Street.
"Não se apaixonem por vocês mesmos. É bom estar aqui, mas lembrem-se, os carnavais são baratos. O que importa é o dia seguinte, quando voltamos à vida normal. Não quero que se lembrem destes dias assim: 'Meu Deus, como éramos jovens e foi lindo'".
Aos 62 anos, professor de universidades europeias e americanas, palestrante globetrotter e autor de 43 livros publicados em mais de 20 línguas, o esloveno Slavoj Zizek é um filósofo pop.
O alvo de Zizek e de sua plateia eram os bancos da vizinhança que, socorridos pelo fisco americano, não dividem a conta da crise em que a irresponsabilidade financeira jogou o país desde 2008.


Entre os discursos há mais do que o conflito de mentalidades


Segundo o "The New York Times", o movimento que se espraia pelo país já tem uma cobertura noticiosa comparável à do surgimento de seu congênere de direita, o Tea Party, mas ainda perde para a morte de Steve Jobs, quatro dias antes do discurso de Zizek.
Nenhum fato da vida do fundador da Apple foi tão lembrado naqueles dias em que Jobs foi colocado no panteão de gênios da humanidade quanto o discurso que proferiu em 2005 na Universidade de Stanford. Sua plateia era de concluintes da universidade mais prestigiada do Vale do Silício, onde Jobs fez fama e fortuna.
Confrontados pelo Youtube, os discursos de Zizek e Jobs, seis anos mais novo que o filósofo esloveno, revelam mais do que mentalidades em conflito.
O fundador da Apple fez um discurso centrado em sua própria história de vida para dizer aos estudantes que só deviam acreditar neles mesmos. Recheado por histórias de sua adoção até as brigas societárias na Apple, o discurso é uma ode ao individualismo.
Na receita do que deveriam fazer para vencer na vida, seus estudantes foram presenteados com tiradas como: "Seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém"; "Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale sua própria voz interior"; "Tenha coragem de ouvir seu próprio coração e sua intuição".
A mensagem do gênio da era digital é coerente com os produtos que criou. Umberto Eco um dia disse que, com a Apple, a informática tinha deixado de ser instrumento para se transformar num meio de encantamento.
E o encanto aumenta a cada lançamento, ainda que a diferença de um produto para outro seja o acréscimo de um megapixel ou o decréscimo de milímetros na espessura. Cada pequeno detalhe é aplaudido como mais uma grande conquista de um mundo de ícones coloridos ao alcance de um toque.
Junto com o fetichismo, a era digital também possibilitou a convocação de manifestações como as que sacudiram o mundo árabe, passaram pela Europa e espraiam-se pelos Estados Unidos.
O filósofo midiático também é filho desta era digital, o que não lhe impede de fazer perguntas que incomodam, a começar de si mesmo, que, a cada frase de seu discurso em Wall Street, automaticamente puxava a camiseta para baixo.
Naquele domingo em que foi a atração do movimento nova-iorquino, Slavoj Zizek perguntou aos manifestantes por que a tecnologia havia rompido quase todas as fronteiras do possível enquanto na política quase tudo era considerado impossível, a começar do aumento do imposto dos ricos para melhorar a saúde pública.
A audiência do filósofo performático era muito diferente daquela de Stanford. Muitos dos estudantes ali presentes, de acordo com os relatos da imprensa, não conseguem emprego para pagar o crédito estudantil que lhes permitiu frequentar universidade.
Vítima da ditadura iugoslava de Tito, Zizek usou suas frases de efeito para dizer que o comunismo falhou, mas o problema dos bens comuns permanece: "Hoje os comunistas são os capitalistas mais eficientes e implacáveis. Na China de hoje, temos um capitalismo que é ainda mais dinâmico do que o vosso capitalismo americano. Mas ele não precisa de democracia. O que significa que, quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou".
O divórcio da era digital genialmente revolucionada por Jobs e a utopia de Zizek está resumida na história contada pelo filósofo esloveno na praça. Um alemão oriental foi exilado na Sibéria e combinou com seus amigos que ao receberem cartas suas observassem a cor da tinta. Se azul, contaria a verdade. Se vermelha, seria falsa. A primeira carta veio em azul: "Tudo é maravilhoso aqui, as lojas estão cheias de boa comida, os cinemas exibem bons filmes do ocidente, os apartamentos são grandes e luxuosos, a única coisa que não se consegue comprar é tinta vermelha".
Zizek contou essa história para dizer que, sem tinta vermelha, o mundo se mostrava incapaz de articular uma linguagem para expressar a ausência de liberdade e encontrar alternativas a um sistema em crise.
A era digital abre todas as possibilidades e nenhuma. Faz do individualismo a alma da globalização. É imaginativa, mas escreve em azul.
É pela internet que está sendo convocada para amanhã o que se imagina que venha a ser "a maior manifestação da história". Pretende mobilizar milhões em 79 países e dar seguimento à onda de mobilizações que começou nos países árabes, prosseguiu pela Europa e agora se espraia pelos Estados Unidos.
Já tem adeptos em 34 cidades brasileiras. Muitos deles participaram dos protestos de quarta-feira. No Brasil, a manifestação é ainda mais difusa do que no resto do mundo que pelo menos tem o desemprego crescente como amálgama.
Um dos grupos tupiniquins mais ativos é o Anonymous que, no 12 de outubro, declarou: "A corrupção é o principal motivo de as coisas estarem erradas". De seu banquinho nova-iorquino, Slovej usou mais uma de suas frases de efeito para mandar o recado: "O problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sustentabilidade: Projeto Natureza Limpa transforma lixo em energia


Por Giselle Borges


Um daqueles exemplos que nos enche de orgulho porque nasceu em solo brasileiro e devemos fazer questão de divulgá-lo para que seja o pontapé de novas iniciativas, este é o projeto “Natureza Limpa” desenvolvido pelo empresário Mário Martins, no município de Unaí/MG. Dada a natureza sustentável, a visibilidade que vem ganhando é resultado não só do trabalho e estudos desenvolvidos, mas principalmente porque resolve um dos maiores problemas que assola grande parte das cidades em todo o mundo: o que fazer com o lixo produzido em quantidade cada vez maior? O projeto “Natureza Limpa” pode mostrar a solução. 


O empresário que vem desenvolvendo o projeto afirma que o protótipo atua com reciclagem e recuperação energética do lixo residencial e comercial transformando-o em blocos de carvão vegetal. Desta forma, atende os anseios tanto da administração pública quanto dos grandes empresários que querem investir em empreendimentos sustentáveis, já que o retorno financeiro é imediato. De acordo com Mário Martins, em entrevista ao Jornal Noroeste de Minas, a usina pode operar em qualquer lugar, sendo apta inclusive para aproveitar sobras de processos de industrialização de alimentos transformando o que seria descartado em energia limpa através do carvão vegetal.

A TJMC Empreendimentos é a empresa responsável pelo projeto e conta com a colaboração científica da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. O empresário e idealizador da usina tem recebido convites para eventos e premiações dado ao reconhecimento público desta idéia que inclui desenvolvimento, sustentabilidade e geração de empregos. Após ganhar um dos primeiros lugares por categoria no maior prêmio de iniciativa sustentável do país, o Greenbest, o projeto Natureza Limpa segue levando o nome do Brasil para a 17ª edição do Meeting Dynamic City The Word 2011, que ocorrerá entre os dias 24 e 28 de outubro em Colônia, na Alemanha, evento em que o projeto será homenageado.

Ideia tipo exportação

O projeto Natureza Limpa ganha notoriedade nacional e internacional, principalmente porque cumpre a Lei 12.305/2010 que impõe o tratamento sustentável de resíduos sólidos. Desde o início das atividades da usina, autoridades de várias partes do país tem visitado o interior de Minas Gerais, no intuito de levar para seus Estados e municípios esta idéia que deu certo e pode gerar frutos capazes de tornar o que era problema numa solução que emplaca duas vertentes: dar um destino certo ao lixo urbano e produzir energia limpa com baixo custo. 

Algumas cidades do Estado do Mato Grosso – Campos de Julho, Comodoro, Nova Lacerda, Conquista do Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda, Vale do São Domingos, Jaurú e Figueirópolis – serão beneficiadas com a instalação de uma usina que seguirá o mesmo modelo do protótipo instalado em Unaí/MG. O projeto tende a se expandir para outros Estados, uma vez que representantes de Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal, bem como de outras cidades de Minas Gerais, já estiveram no local para tentar compreender o funcionamento e analisar a possibilidade de implantação. Mas o orgulho do empresário Mário Martins também está em exportar a idéia. Representantes do Senegal, Bangladesh e Portugal já estiveram na usina com o intuito de conhecer o projeto e levar esta ideia sustentável adiante em seus países.

Iniciativas como essa é que nos propiciam acreditar que é possível buscar o desenvolvimento econômico sem esquecer o respeito ao meio ambiente. Gerar lucro e renda através do combate a poluição causada com o acúmulo de lixo urbano é uma ideia que os representantes do projeto "Natureza Limpa" afirmam que deu certo. Agora é dividir o conhecimento e multiplicar as iniciativas sustentáveis. As gerações do presente e futuro agradecem.

Maiores informações sobre o projeto "Natureza Limpa" podem ser obtidas no site: www.naturezalimpa.com


Fonte das informações: 
Site Natureza limpa e Jornal Noroeste de Minas, edição 132, Ano XIII.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

~ 15 anos de presença ~

"Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade." 

"É só o amor que conhece o que é verdade."

"Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora!
Apenas começamos."



Renato Manfredini Júnior - Renato Russo (1960-1996) 







segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Santa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil

Abrindo a semana dedicada à Mãe de todos os povos e padroeira do Brasil, com uma oração realizada pelo Papa João Paulo II, quando esteve no Brasil em 1980 em viagem apostólica na cidade de Aparecida/SP. 
Esta oração pode ser encontrada no site do Vaticano (www.vaticano.va) ou acessando diretamente o link (clique aqui - oração)
Que a nossa Santa Senhora Aparecida continue abençoando esta nação hoje e sempre.


ORAÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II
NA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA NACIONAL
A NOSSA SENHORA APARECIDA
Aparecida, 4 de Julho de 1980


Nossa Senhora Aparecida!

Neste momento tão solene, tão excepcional, quero abrir diante de Vós, ó Mãe, o coração deste povo, no meio do qual quisestes morar de um modo tão especial – como no meio de outras nações e povos – assim como no meio daquela nação da qual eu sou filho. Desejo abrir diante de Vós o coração da Igreja e o coração do mundo ao qual esta Igreja foi enviada pelo vosso Filho. Desejo abrir-Vos também o meu coração.
Nossa Senhora Aparecida! Mulher revelada por Deus, que haveríeis de esmagar a cabeça da serpente (cf. Gên 3,15) na vossa Conceição Imaculada! Eleita desde toda a eternidade para ser a Mãe do Verbo Eterno, o qual, pela anunciação do Anjo, foi concebido no vosso seio virginal como Filho do Homem e verdadeiro Homem!
Unida mais estreitamente ao mistério da redenção do homem e do mundo, ao pé da cruz, no Calvário!
Dada como Mãe a todos os homens, sobre o Calvário, na pessoa de João, Apóstolo e Evangelista!
Dada como Mãe a toda a Igreja, desde a comunidade que se preparava para a vinca do Espírito Santo, à comunidade de todos os que peregrinam sobre a terra, no decorrer da história dos povos e nações, dos países e continentes, das épocas e gerações! ...
Maria! Eu Vos saúdo e Vos digo “Ave” neste santuário, onde a Igreja do Brasil Vos ama, Vos venera e Vos invoca como Aparecida, como revelada e dada particularmente a ele! Como sua Mãe e Padroeira! Como Medianeira e Advogada junto ao Filho de quem sois Mãe! Como modelo de todas as almas possuidoras da verdadeira sabedoria e, ao mesmo tempo, da simplicidade da criança e daquela entranhada confiança que supera toda fraqueza e sofrimento!
Quero confiar-Vos de modo particular, este Povo e esta Igreja, todo este Brasil, grande e hospitaleiro, todos os vossos filhos e filhas, com todos os seu problemas a angústias, trabalhos e alegrias. Quero fazê-lo como Sucessor de Pedro e Pastor da Igreja universal, entrando nesta herança de veneração e amor, de dedicação e confiança que, desde séculos, fez parte da Igreja do Brasil e de quantos a formam, sem olhar as diferenças de origem, raça ou posição social, e onde quer que habitem neste imenso país. Todos eles, em este momento, voltados para Fortaleza, se interrogam: para onde vais?
O Mãe! Fazei que a Igreja seja para este povo brasileiro sacramento de salvação e sinal da unidade de todos os homens, irmãos e irmãs de adopção do vosso Filho e filhos do Pai do Céu!
O Mãe! Fazei que esta Igreja, e exemplo de Cristo, servindo constantemente o homem, seja a defensora de todos, em particular dos pobres e necessitados, dos socialmente marginalizados e espoliados. Fazei que a Igreja do Brasil esteja sempre a serviço da justiça entre os homens e contribua ao mesmo tempo para o bem comum de todos e para a paz social.
O Mãe! Abri os corações dos homens e dai a todos a compreensão de que somente no espírito do Evangelho e seguindo o Mandamento do Amor e as bem-aventuranças do Sermão da Montanha será possível construir um mundo mais humano, no qual será valorizada verdadeiramente a dignidade de todos os homens.
O Mãe! Dai à Igreja, que nesta terra brasileira realizou no passado uma grande obra de evangelização e cuja história é rica de experiências, que, com novo zelo e amor pela missão recebida de Cristo, realize as suas tarefas de hoje.
Concedei-lhe para este fim numerosas vocações sacerdotais e religiosas, para que todo o Povo de Deus possa beneficiar-se do ministério dos dispensadores da Eucaristia e das testemunhas do Evangelho.
O Mãe! Acolhei em vosso coração todas as famílias brasileiras! Acolhei os adultos e os anciãos, os jovens e as crianças! Acolhei também os doentes e todos aqueles que vivem na solidão!
Acolhei os trabalhadores do campo e da indústria, os intelectuais nas escolas e universidades, os funcionários de todas as instituições. Protegei-os a todos!
Não cesseis, ó Virgem Aparecida, pela vossa mesma presença, de manifestar nesta terra que o Amor é mais forte que a morte, mais poderoso que o pecado! Não cesseis de mostrar-nos Deus, que amou tanto o mundo, a ponto de entregar o seu Filho Unigénito, para que nenhum de nós pereça, mas tenha a vida eterna! (cf. Jo 3,16). Amém.