quinta-feira, 26 de abril de 2012

Reflexão: O valor dos pais




Autor desconhecido
 





Um jovem, de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez à última, tomando a última decisão.

 O diretor descobriu, através do currículo, que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até a pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou, "Tiveste alguma bolsa na escola?"

O jovem respondeu, "nenhuma".

O diretor perguntou, "Foi seu pai quem pagou as suas mensalidades?" o jovem respondeu, "O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou, "Onde trabalha a sua mãe?" - e o jovem respondeu: "A minha mãe lava roupa."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

 O diretor perguntou, "Alguma vez ajudou sua mãe lavar as roupas?" - o jovem respondeu: "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."

O diretor disse, "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltar, vá e limpe as mãos da sua mãe e depois venha ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou em casa pediu, feliz, à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz, mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e havia demasiadas contusões em suas mãos.

Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

 Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.
Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou, "Diz-me, o que fez e que aprendeu ontem em sua casa?"

O jovem respondeu, "Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."

O diretor pediu, "Por favor, diz-me o que sentiu."

O jovem disse "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."

O diretor disse, "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Está contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis se desenvolverá mentalmente e sempre se colocará em primeiro. Ignorará os esforços dos seus pais e quando começar a trabalhar, assumirá que todas as pessoas o devem ouvir e quando se tornar gerente, nunca saberá o sofrimento dos seus empregados e sempre culpará os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um tempo, mas eventualmente não sentirão a sensação de objetivo atingido. Irão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais.

Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode-se deixar seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande TV em plasma. Mas quando cortar a grama, por favor, deixe-o experimentar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama.

Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer é amar e ensinar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa os quão ricos os seus pais são, pois um dia ele irá envelhecer, tal como a mãe daquele jovem.  A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?




terça-feira, 10 de abril de 2012

Sobre o tempo – Khalil Gibran


 *Preservada a grafia original.













Um astrônomo disse, “Fala-nos do Tempo”.
E ele respondeu:
Se dependesse de vós medirieis o imedível e o incomensurável
Ajustarieis a vossa conduta e até dirigirieis o rumo do vosso espírito de acordo com as horas e as estações.
Do tempo farieis um ribeiro em cuja margem vos sentarieis a vê-lo fluir.
No entanto, o intemporal em vós está consciente do intemporal da vida, e sabe que o ontem não é senão a memória do hoje, e o amanhã é o sonho de hoje.
E aquele que dentro de vós canta e contempla, habita ainda dentro dos limites daquele primeiro momento que espalhou as estrelas no firmamento.
Quem, dentre vós, não sente que a sua capacidade para amar é ilimitada?
E, no entanto, também sente que esse mesmo amor, embora ilimitado, está confinado no âmago do seu ser, não se movendo de pensamento amoroso para pensamento amoroso, nem de actos de amor para actos de amor.
E não será o tempo, tal como o amor, indivisível e imóvel?
Mas se em pensamento quiserdes medir o tempo em estações, deixai que cada estação abrace todas as outras.
E deixai que o hoje abrace o passado com saudade e o futuro com ansiedade.



(Texto extraído da obra “O Profeta” de Gibran Khalil Gibran, escritor e poeta libanês conhecido pelas obras que exaltavam o amor em todas as suas formas. Faleceu em Nova Iorque no dia 10 de abril de 1931).



terça-feira, 3 de abril de 2012

Semana Santa: Leitura - Provérbios 3: A prática da sabedoria e da caridade



1 Filho meu, não te esqueças da minha lei, e no teu coração guarde os meus mandamentos.
2 Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.
3 Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração.
4 E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.
5 Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. 
6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
7 Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
8 Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos.
9 Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos;
10 E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.
11 Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão.
12 Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
13 Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
14 Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino.
15 Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela.
16 Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra.
17 Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz.
18 É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.
19 O Senhor, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus.
20 Pelo seu conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22 Porque serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço.
23 Então andarás confiante pelo teu caminho, e o teu pé não tropeçará.
24 Quando te deitares, não temerás; ao contrário, o teu sono será suave ao te deitares.
25 Não temas o pavor repentino, nem a investida dos perversos quando vier.
26 Porque o Senhor será a tua esperança; guardará os teus pés de serem capturados.
27 Não deixes de fazer bem a quem o merece, estando em tuas mãos a capacidade de fazê-lo.
28 Não digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã que to darei, se já o tens contigo.
29 Não maquines o mal contra o teu próximo, pois que habita contigo confiadamente.
30 Não contendas com alguém sem causa, se não te fez nenhum mal.
31 Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.
32 Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.
33 A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos abençoará.
34 Certamente ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos.
35 Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si vergonha. 

(Provérbios 3, 1-35)