domingo, 18 de dezembro de 2016

Quantas transformações!

2016 está chegando ao fim, e é no final que tiro um tempinho para realmente escrever. Meu diário foi deixado de lado diante de tantos acontecimentos. A vida mudou e me mudou com ela.
O final de 2015 trouxe uma virada violenta. A perca, a realização de um sonho e a construção de um novo caminho. O segundo semestre de 2015 talvez já fosse um prenúncio do que iria acontecer em 2016.
Quantas transformações!
Aos 30 anos me tornei mais madura, mais decidida e ao mesmo tempo é como se eu, ainda, precisasse da alma que eu tinha aos 15 anos. Eu precisava dos sonhos e dos anseios de uma adolescente e me permiti ter e viver novamente como uma garota de 15 anos.
Aprendi que o amor pode estar em um olhar e ao mesmo tempo se esvair com o sopro do vento. E também que é preciso levantar e seguir, pois novas estações sempre virão. Tem uma primavera me esperando em 2017. É nisso que preciso acreditar.
Percebi que não dá para deixar nada para depois e que me dou muito bem com prazos, cronogramas... Eu que nunca me dei bem com cobranças, passei a cobrar metas de mim mesma. Nem sempre funcionou, mas estou tentando, ainda.
Descobri novos lugares, novas pessoas e também novas atitudes diante do mundo.
Me construí ainda mais realista, apesar de não ter deixado a menina de 15 anos sonhadora adormecida. Me permiti viver sonhos e programações que jamais imaginava. Aproveitei cada segundo, apesar das provações que se sucederam. Me percebi mais forte (eu acho).
Acredito que em muitos momentos falhei. Tenho certeza disso. Mas também pensei muito nos outros, e quando vi que minhas atitudes poderiam prejudicar a quem quer que fosse, também descobri que era hora de parar, colocar os pés no chão e agir com sobriedade. Mesmo quando o coração dizia para continuar.
Não sei se o coração estava certo. Aliás dei muito ouvido a ele neste ano, muito mais do que na razão que sempre me acompanhou. Mas depois de tanto agir pela emoção, foi perceptível que já era hora de parar e pensar no que eu estava fazendo com meu próprio futuro e com o futuro das pessoas que amava.
Acho que tomei decisões certas nas horas certas durante este ano. Por mais que elas doam hoje em mim e em outras pessoas, é preciso manter a sensatez, resgatar as raízes e continuar semeando boas sementes para ficar de pé.
A vida me cobrará o necessário quando for preciso. Estou disposta a pagar por isso.
Me vi mais corajosa. Antes, por qualquer motivo, eu pensava duas vezes. O ano de 2016 me deu a chance de agir sem pensar muito, me dei a chance de viver um pouco mais. Afinal, não sei até quando estarei por aqui. Procurei sentir cada segundo intensamente. Revigorei minhas energias.
Assumi também muitas responsabilidades. Nem tudo foram flores, apesar delas terem estado bastante presentes no meu dia a dia neste ano. As flores fizeram um grande diferencial nos meus “bons dias” e “boas noites”. Mas até as flores também passaram... assim como as palavras doces que recebia... enfim, como tudo na vida, passa.
Me percebi mais preocupada com mim mesma, com meus erros... mas nem por isso deixei de errar. Briguei muito sem motivo, outras vezes com motivo... sorri muito também... mas chorei demasiadamente. Aquele choro escondido, abafado, miúdo, debaixo do chuveiro ou no travesseiro durante a madrugada.
As madrugadas foram mais longas do que de costume. Boas ou ruins. Alegres, intensas ou muitas vezes (a maioria!) solitárias. Mas elas me mostram muito mais em reflexão do que as horas intensas dos meus dias.
Trabalhei muito. Mas também me diverti como nunca tinha feito antes.
Preciso me encontrar em mais lugares em 2017 e nos anos subsequentes. Esta é uma promessa que fiz a mim mesma.
Quantas passagens de ônibus ou de avião foram gastas? Quantos quilômetros rodei? Sozinha ou acompanhada? Não importam os valores, o que valeu a pena foram as experiências em cada uma delas. Sorrisos e lágrimas nestas estradas. Sono e cansaço. Tudo se misturava e ali minha vida estava sendo moldada de forma quase imperceptível.
Foi um ano de muitas transformações. De amor, de decepção, de entrega. Sem arrependimentos. Foi um ano, no entanto, que deve ser fechado. Um capítulo que não volta mais.
Geralmente detesto encarar viradas de 31 de dezembro para 01 de janeiro como uma mudança extraordinária, porque de 23h59 para 0h00, não mudamos de repente, a vida não muda de repente. Mas desta vez, preciso fechar o ciclo, preciso encerrar e abrir uma outra história. Por mais que 2016 tenha sido um ano diferente em todos os sentidos, preciso fechá-lo, não como fuga da realidade, porque no final ela sempre nos persegue. É preciso apenas fechá-lo como libertação, para poder retomar os sonhos, os velhos bons hábitos que deixei em algum momento para traz, mas dentro de novas perspectivas.

Amadureci. É assim que resumo 2016.
Quero construir! É assim que desejo 2017.


terça-feira, 19 de julho de 2016

Vazio



Há dias de sol que amanhecem sem brilho
Há dias em que os sentimentos estão confusos, que a emoção não completa.
Há dias que largar tudo e buscar outro caminho é algo que grita por dentro, mas existe algo maior que nos prende, que deixa a inquietação de lado, e só fica a vontade de estar perto.
Mesmo diante das negligências do amor, pensa-se que é melhor permanecer, até que tudo se resolva, porque o sentimento que existe é tudo, e vale à pena.
Existem momentos em que eu queria só você por perto. Essa distância, maltrata. Nem as músicas são capazes de te trazer mais perto.
Os dias de sol não são mais os mesmos.


(Gisa Borges)