segunda-feira, 30 de maio de 2011

Abrace

Um ato que permite não só com que dois ou mais corpos se encontrem e com a ajuda dos braços se entrelace, o abraço adéqua corações e sentimentos.
Pode ser entre pais e filhos, amigos, amores, denotando ternura ou liberdade.
Pode ser o abraço de chegada ou despedida.
De vitórias ou de acalento.
De voluntariedade, de carinho explícito.
De amor por uma causa ou para fazer as pazes com alguém.
Não há poder maior e mais sublime do que o do abraço apertado.
Os segundos que envolvem um abraço podem ser os mais longos momentos na vida de quem muito o esperou.
Deixe se envolver por este ato. Aproveite o dia de hoje e sinta esse poder. Abrace!

(Gisa Borges)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Música, letra e poesia: "Sintaxe à vontade"

Existe uma banda que me encanta pela maneira com que se apresenta, pelo requinte das letras e principalmente pelo espetáculo em forma de música e poesia. O Teatro Mágico é a mais pura representação da arte contemporânea de qualidade.
O trecho da música de abertura do DVD é incrível: "Sintaxe à vontade".


"Sem horas e sem dores

Respeitável público pagão

a partir de sempre

toda cura pertence a nós

toda resposta e dúvida

todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser

todo verbo é livre para ser direto e indireto

nenhum predicado será prejudicado

nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!

afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas

e estar entre vírgulas pode ser aposto

e eu aposto o oposto que vou cativar a todos

sendo apenas um sujeito simples

um sujeito e sua oração

sua pressa e sua verdade,sua fé

que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não

que enxerguemos o fato

de termos acessórios para nossa oração

separados ou adjuntos, nominais ou não

façamos parte do contexto da crônica

e de todas as capas de edição especial

sejamos também o anúncio da contra-capa

mas ser a capa e ser contra-capa

é a beleza da contradição

é negar a si mesmo

e negar a si mesmo

pode ser também encontrar-se com Deus

com o teu Deus

Sem horas e sem dores

Que nesse encontro que acontece agora

cada um possa se encontrar no outro."


 
(Teatro Mágico - "Sintaxe à vontade" - Composição: Fernando Anitelli) 


Não tenho bens de acontecimentos.

O que não sei fazer desconto nas palavras.

Entesouro frases. Por exemplo:

- Imagens são palavras que nos faltaram.

- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.

- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.

Ai frases de pensar!

Pensar é uma pedreira. Estou sendo.

Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)

Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.

Outras de palavras.

Poetas e tontos se compõem com palavras.

(trecho de uma das poesias de Manoel de Barros)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Terça-feira

Muitas vezes acontece sem nenhuma explicação.
Deixa tudo mais sombrio e efêmero, como um vazio, algo imperfeito...
Como se fosse uma busca que chega ao final sem o resultado satisfatório tanto esperado.
A impressão é que é o fim do caminho e não existe nada capaz de reverter este estado, simplesmente porque não tenho a resposta de como este lado obscuro pode adquirir a luz capaz de clarear novos passos.
Por muitas vezes eu tentei compreender porque tenho tudo e às vezes o chão me falta.
Diversos foram os significados que busquei para isso que invade sem pedir licença e destrói um dia tão bonito.
Hoje chegou ao final da tarde. Dos males o menor.
Quando recostar a cabeça no travesseiro, logo mais a noite, tudo será esquecido.
Os sonhos abrirão caminhos para novas perspectivas.
E como em um passe de mágica, amanhã não me lembrarei desta impressão.
Um novo dia, com novos desafios
É disso que preciso.

Por hoje só quero descansar.
















(Gisa Borges)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Namastê!*

Tudo depende de como os fatos são vistos, de como as palavras são ditas.
Não é necessário o muito.
A abundância é uma questão de opinião.
O necessário rompe o supérfluo,
E a vida recomeça com um olhar.

(Gisa Borges)


*Namastê, palavra tradicionalmente utilizada por hindus e budistas, para representar uma posição de humildade, sentimento de respeito por um mestre (“curvo-me perante ti”) e que no Ocidente ganhou um significado filosófico = "O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Palavras de William Shakespeare


"Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém.

Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.

Aprendi que perdoar exige muita prática.

Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.

Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito."





(William Shakespeare)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mude de opinião, mas não de princípios.


Esta é a regra base para quem pretende ser coerente em qualquer circunstância.

A evolução humana, política, social, econômica e até mesmo a cultural, muitas vezes gera transformações antagônicas e leva os indivíduos a repensarem atitudes. Essas modificações são necessárias e bem-vindas para o avanço que se espera de qualquer sociedade, mas o erro está quando calculamos tão mal os passos que ao invés de mudarmos de opinião, contrariamos aquilo que mais acreditamos em nome de uma aceitação social vã.

A renúncia a princípios em nome de um desejo ou de uma ambição - seja de qualquer espécie -, mais cedo ou mais tarde soará como uma traição a si mesmo. Ninguém está livre do julgamento da própria consciência. Trair a si mesmo e àquilo que acredita para tentar alçar vôos maiores, é sinal de que algo realmente está errado. É necessário rever quais são suas reais prioridades, quais são seus reais valores.

Autenticidade! Essa palavra muitas vezes pode modificar caminhos sem necessidade de abrir mão das bases nas quais foi formado o nosso caráter. A grandiosidade de um ser humano é medida exatamente quando ele age de acordo com valores voltados ao bem-comum e para a construção de uma sociedade mais humana. Não é necessário forjar super-heróis. O homem revela seu valor sem a necessidade de possuir poderes anômalos, apenas acreditando que “se mata um leão por dia”, que não existem “bichos de sete cabeças”, buscando conhecimento, mudando de atitude, revendo conceitos e, principalmente, preservando os seus princípios.

A semelhança é a própria natureza, mas a apreciação desta depende do olhar de cada um. Nasce aqui a dicotomia do que trazemos do “berço” e o que nos é exigido pela sociedade em constante evolução. O preço da liberdade é também a tolerância, afinal somos milhões que possuem opiniões divergentes e que contribuem da mesma forma para avanço da sociedade.

A profundidade com que nos conhecemos pode ser tudo ou ser nada. Tudo depende de como percebemos as diferenças as aceitando ou nos preparando para o combate, preservando o respeito pelo próximo e, sobretudo, por si mesmo. Inútil persistir se deixamos de ser coerentes com os bons valores para ceder a exigências exteriores que com eles entram em choque.

A frase-título desta postagem é simples para qualquer leigo e não traz dupla interpretação. Todos nós somos capazes de mudar de opinião, afinal ninguém está fadado a ter preceitos inertes. A busca do conhecimento faz com que surjam novos horizontes e caminhos a serem traçados, mas há que se repensar até onde mudar e o que mudar. As escolhas que fazemos na vida são determinantes ao sucesso ou ao fracasso.

As coisas mais belas da vida estão na simplicidade do gesto. O que se espera dos homens neste terceiro milênio é um olhar diferenciado, permitindo um crescimento que jamais estará dissociado de princípios elementares (solidariedade, honestidade, sensibilidade, tolerância, respeito, etc.) para a convivência em sociedade.

O homem deste milênio é mais crítico e vívido do que antes, mas deve usar essas características para saldar a maior dívida de todas: a integridade de suas ações. Assim não haverá espaço para arrependimentos, mas apenas para aprendizado.


Gisa Borges.