terça-feira, 3 de maio de 2011

Mude de opinião, mas não de princípios.


Esta é a regra base para quem pretende ser coerente em qualquer circunstância.

A evolução humana, política, social, econômica e até mesmo a cultural, muitas vezes gera transformações antagônicas e leva os indivíduos a repensarem atitudes. Essas modificações são necessárias e bem-vindas para o avanço que se espera de qualquer sociedade, mas o erro está quando calculamos tão mal os passos que ao invés de mudarmos de opinião, contrariamos aquilo que mais acreditamos em nome de uma aceitação social vã.

A renúncia a princípios em nome de um desejo ou de uma ambição - seja de qualquer espécie -, mais cedo ou mais tarde soará como uma traição a si mesmo. Ninguém está livre do julgamento da própria consciência. Trair a si mesmo e àquilo que acredita para tentar alçar vôos maiores, é sinal de que algo realmente está errado. É necessário rever quais são suas reais prioridades, quais são seus reais valores.

Autenticidade! Essa palavra muitas vezes pode modificar caminhos sem necessidade de abrir mão das bases nas quais foi formado o nosso caráter. A grandiosidade de um ser humano é medida exatamente quando ele age de acordo com valores voltados ao bem-comum e para a construção de uma sociedade mais humana. Não é necessário forjar super-heróis. O homem revela seu valor sem a necessidade de possuir poderes anômalos, apenas acreditando que “se mata um leão por dia”, que não existem “bichos de sete cabeças”, buscando conhecimento, mudando de atitude, revendo conceitos e, principalmente, preservando os seus princípios.

A semelhança é a própria natureza, mas a apreciação desta depende do olhar de cada um. Nasce aqui a dicotomia do que trazemos do “berço” e o que nos é exigido pela sociedade em constante evolução. O preço da liberdade é também a tolerância, afinal somos milhões que possuem opiniões divergentes e que contribuem da mesma forma para avanço da sociedade.

A profundidade com que nos conhecemos pode ser tudo ou ser nada. Tudo depende de como percebemos as diferenças as aceitando ou nos preparando para o combate, preservando o respeito pelo próximo e, sobretudo, por si mesmo. Inútil persistir se deixamos de ser coerentes com os bons valores para ceder a exigências exteriores que com eles entram em choque.

A frase-título desta postagem é simples para qualquer leigo e não traz dupla interpretação. Todos nós somos capazes de mudar de opinião, afinal ninguém está fadado a ter preceitos inertes. A busca do conhecimento faz com que surjam novos horizontes e caminhos a serem traçados, mas há que se repensar até onde mudar e o que mudar. As escolhas que fazemos na vida são determinantes ao sucesso ou ao fracasso.

As coisas mais belas da vida estão na simplicidade do gesto. O que se espera dos homens neste terceiro milênio é um olhar diferenciado, permitindo um crescimento que jamais estará dissociado de princípios elementares (solidariedade, honestidade, sensibilidade, tolerância, respeito, etc.) para a convivência em sociedade.

O homem deste milênio é mais crítico e vívido do que antes, mas deve usar essas características para saldar a maior dívida de todas: a integridade de suas ações. Assim não haverá espaço para arrependimentos, mas apenas para aprendizado.


Gisa Borges.


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