sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tributo Legião Urbana - Rock in Rio 2011 - mais que um show

Um daqueles eventos que você diz a si mesmo e sem nenhum pudor: "Caralho por que não estou lá?!" ... Vale um bom palavrão mesmo. Principalmente depois que vimos pela TV a emoção que milhares de pessoas transmitem quando cantam em coro, como se fosse uma única voz, clássicos do rock nacional. Uma energia que nem mesmo músicos com mais de 20 anos de estrada conseguiram descrever.
Dado Villa-Lobos, por exemplo, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal Nacional, da Rede Globo de TV, em êxtase total. Logo o Dado, acostumado a ver, durante todos esses anos, fãs de várias gerações que ainda são apaixonados pela Legião fazerem tantas coisas para continuarem deixando viva a memória contida não só na discografia da banda, mas também em tudo que ela representou na geração da década de 1980.
O Dinho, vocalista do Capital Inicial, traduziu bem, quando afirmou que Legião Urbana é mais que uma banda de sucesso, é quase uma seita. E deve ser mesmo.
O melhor disto tudo é que neste show realizado ontem, 29/09/2011, no palco principal do Rock in Rio, foi reafirmada mais uma vez o quanto todas as idéias do Renato, fundador da Legião, ainda estão vivas. 
Pais e filhos foi cantada, claro, um hino. Mas o melhor mesmo foi ver pais e filhos juntos no palco. Fiquei imaginando o orgulho do Bonfá e do Dado ao tocarem com seus filhos e verem milhares de outros jovens que jamais viram um show da banda vibrarem com cada acorde.
O que se pode perceber com tudo isso é que mesmo com todas as transformações dos últimos 20 anos, todas as gerações ainda querem cantar o amor, a liberdade e a fraternidade entre os homens.
O Renato fez de suas letras e músicas referências reverenciadas e é notório que The Beatles foram uma das maiores bandas de rock do mundo, mas entre todos os mitos que ainda iremos ouvir muito e querer ver nascer muitos mais, a Legião Urbana é e será sempre a melhor banda de rock nacional de todos os tempos.
Como relembrar é viver... vamos relembrar então o show de ontem, completo, porque sabemos que o Renato viverá sempre em cada melodia e letra que escreveu.

(Gisa Borges)



2 comentários:

  1. Assisti a 1ª apresentação e explicitarei alguns pontos altos e outros baixos:

    I

    1- O set list foi perfeito. Não faltou nenhum grande sucesso da banda;
    2- O Wagner Moura incorporou a essência do Rock e se divertiu como poucos;
    3- O público estava em grande sintonia com a banda;
    4- O Aborto Elétrico foi muito presente a apresentação;
    5- Os convidados eram de 1ª grandeza;
    6- Bonfá deu um show em Teatro dos Vampiros. Muito bom!
    7- A duração do show foi na medida. Nem curto, nem longo demais;
    8- A iluminação estava fantástica;
    9- A banda demonstrou um entrosamento contínuo.

    II

    1- Wagner Moura como cantor é um bom ator. Desafinado, conseguiu tornar inaudível algumas músicas da Legião.
    2- O som "picotou" várias vezes piorando a performance do "vocalista";
    3- Na participação do Bi Ribeiro, por pouco não esquecem de anunciá-lo e não renderam merecido agradecimento no final da apresentação ao "maior baixista" do Brasil. Um músico acima da média;
    4- Dado e Bonfá quase nada falaram;

    Darei nota 8,00. Acho que a escolha do Wagner Para "capitanear" (belo trocadilho com o capitão Nascimento, hein!) a banda foi um equívoco. A história da Legião merecia um cantor (Dinho Ouro Preto, Tico Santa Cruz, etc) para fazer jus a importância do tributo ou senão um ator que tivesse potencial suficiente para ser condizente com o contexto do show. Mas, valeu pela nostalgia!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Edmilson,
      o show ao qual me referi no texto acima foi o realizado no Rock in Rio em 2011. Este realizado pela MTV, ao qual se refere, por falta de tempo não tive a oportunidade de ver nem os vídeos ainda. Pelas críticas (boas e ruins), percebi a polêmica.

      Entretanto, assim como você, acredito que vale a pena viver esta nostalgia; e pelo o que o Dado e Bonfá retrataram quando começaram a pensar neste show, o intuito deles não era colocar em cima do palco um vocalista de banda de rock, afinal isso faria do Tributo Legião - 30 anos, da MTV uma reprodução de tantos outros. Também não era objetivo deles substituir o Renato (impossível achar alguém à altura!).

      O objetivo do Bonfá, Dado e dos produtores da MTV era justamente colocar alguém ali que representasse o público da banda - UM FÃ! ... e ressalto: UM FÃ, CANTANDO COMO UM FÃ!

      Acredito que se não fosse para ser assim, duvido que Dado e Bonfá se reuniriam novamente em público tocando como Legião.

      Eles poderiam ter convidado qualquer cantor exímio, mas não o fizeram. A atmosfera que tentaram reproduzir - e conseguiram pelo jeito - era aquela que existia no berço da Legião (desde à época do Aborto Elétrico, com o Fê e o Flávio Lemos, onde tudo começou, no início dos anos 80). Onde aqueles adolescentes, rasgavam suas guitarras em porões de Brasília, com uma acústica péssima, onde a voz do Renato era quase inaudível (é só ver o som das fitas k-7 não remasterizadas desta época). Coisa de banda de garagem mesmo.

      A atmosfera do berço da Legião recriada. O início de tudo, 30 anos depois, com um fã cantando para milhares de outros fãs, coisas que só a Legião é capaz de fazer.

      Wagner Moura foi um privilegiado, cantando bem ou mal, ele não é cantor, é ator. Corajoso? Talvez! Mas privilegiado, com certeza.

      Agora, cá entre nós: quem nunca sonhou em cantar ou tocar, ou simplesmente estar ao lado de músicos que a gente amou e ama, ídolos de gerações? Eu daria qualquer coisa para estar lá, pagando o mico que fosse, para o mundo inteiro ver. Mas seria o meu momento.

      Nervosismo, com certeza ele teve. Para quem já é músico atrapalha, imagine para quem não é.

      Quanto à péssima qualidade sonora... Cara, quem vai em show de rock e quer tudo perfeito, sem notas fora do lugar, sem guitarra desafinando ou na esperança que o cantor não desafine nunca (mesmo sendo ele cantor mesmo!) deveria procurar um show de música clássica. A graça do rock n'roll é exatamente ser um "quebra-conceitos", sem falar que a Legião no seu nascimento gostava mesmo era do som rasgado, punk mesmo (alto intitulados "galera punk de Brasília")... para essa galera, o som ruim e a péssima acústica também faz parte do reviver a década de ouro do rock nacional.

      Eu com certeza vou comprar o DVD. Após, posso até tecer algumas críticas - como você aqui o fez - afinal, isso também faz parte do jogo, ou melhor, do show. Mas não acredito que nenhuma das críticas desmerece a banda. Que é bom frisar: era uma banda!, apesar de muitos acharem que era só o Renato. O Renato era a alma. Mas Bonfá e Dado eram o corpo. Sem o conjunto, não existiria a obra.
      Abraço!

      Excluir