sábado, 19 de junho de 2010

Leituras e interpretações




Hoje peguei um livro que há algum tempo não lia e revendo algumas passagens, um texto me chamou a atenção. Trata da natureza humana que, mesmo de forma inconsciente, tentar impor suas vontades aos outros através do autoritarismo.

O que acho interessante, nos textos deste livro é que o autor associa as atitudes humanas de índole psicológica com as ações de Jesus na Terra, bem como os ensinamentos bíblicos que ele nos deixou.

Até quem não acredita em Deus, ao ler os trechos deste livro podem pelo menos tentar entender a natureza dos relacionamentos humanos. Pensando nisso eu transcrevo um dos subtítulos do Capítulo III do Livro "Jesus, o maior psicólogo que já existiu", do autor Mark W. Baker, Editora Sextante.





A ARROGÂNCIA NASCE DO CORAÇÃO INSENSÍVEL



"Por que seus corações são tão duros?" (Marcos, 8:17)





Embora a Sra. Adams frequente regularmente a igreja, temos a impressão de que ela não gosta realmente das pessoas. Ela está interessada em adquirir conhecimentos sobre a Bíblia, mas tem pouquíssima tolerância com aqueles que sabem menos do que ela. Ao debater questões religiosas, ela parece a dona da verdade querendo mostrar aos outros em que pontos eles estão errados.

Um dos seus ditados favoritos é: "Deus ajuda aqueles que ajudam a si mesmos." Este axioma a ajudou a sobreviver na vida, porque ela não estaria onde está hoje se não acreditasse na virtude do trabalho árduo. O problema é que ela parece ter pouco respeito pelos outros. Os membros da sua família tem medo de que qualquer coisa que façam não fique à altura dos padrões dela, e os membros da sua igreja sentem que ela os censura por não serem tão versados na Bíblia quanto deveriam. A Sra. Adams limita os seus relacionamentos com todo mundo que conhece porque só tem uma maneira de ver as coisas.

Não há nada de errado com o conhecimento da Sra. Adams a respeito da Bíblia. Seu problema é que ela tem medo de alimentar qualquer idéia nova. Ela exibe uma quase arrogância com relação ao seu conhecimento da Bíblia para disfarçar o medo de não saber o que ela acha que deveria conhecer. A maneira autoritária de suas conversas com os outros tem mais a ver com o que ela sente no coração do que com o que sabe ser verdade na cabeça.

Não é o amor da Sra. Adams pela Bíblia que a faz estudá-la com tanto zelo; é o seu princípio organizador - sua crença - inconsciente: "É preciso trabalhar arduamente para ser amada." Infelizmente, aqueles que não compartilham as convicções da Sra. Adams muitas vezes se sentem pouco à vontade em sua presença. Se ela fosse aberta a pontos de vista diferentes dos seus, talvez conseguisse aceitar melhor os outros e ser aceita por eles. Se não perceber que está sendo guiada por princípios organizadores inconscientes, e não por verdades bíblicas, é pouco provável que venha a mudar.

Os princípios organizadores têm um aspecto positivo. Não poderíamos funcionar sem os princípios que desenvolvem a partir das lições que aprendemos na vida. O aspecto negativo é fixar-se neles e recursar-se a mudar. Jesus ensinou que o pensamento rígido é prejudicial aos relacionamentos, porque precisamos ser abertos e sensíveis aos outros. Ele acreditava que a mente fechada é na verdade um problema do coração das pessoas, uma forma de insegurança e de defesa.

Quando penso, como psicólogo, no que Jesus estava tentando fazer as pessoas perceberem, acho que ele procurava levá-las a descobrir que os princípios organizadores inconscientes não são maus por si. Ele não queria que as pessoas jogassem fora suas antigas leis e convicções; queria que elas acrescentassem outras às que já tinham e se dispusessem a mudar. Ele ficava frustrado com as pessoas que não queriam aprender nada novo. Aqueles que afirmam "saber tudo" fazem isso porque estão presos a princípios organizadores inconscientes e tem medo de mostrar qualquer ignorância.



Princípio espiritual: Os donos da verdade precisam descobrir a verdade a seu respeito.




Fonte:
BAKER, M. W. Jesus, o maior psicólogo que já existiu. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

2 comentários:

  1. Gi, tenho boas reflexões a fazer depois de ler esse texto... Muito bom te ver de volta (:

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  2. Oi Gisa,prazer em conhecê-la,estou lendo este livro do Dr.Baker M.W.por uma razão simples,estou me ingressando numa faculdade,p fazer psicologia,e como sou adventista do sétimo dia,me interessou ler de alguem q é psicologo e acredita na bíblia..deixo meu e-mail p futuros contatos:dirabelosobrinho@gmail.com abraços.

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