terça-feira, 3 de agosto de 2010

Libertação


Eu quis simplesmente saltar
O mais alto que pude
Sentir o vento forte no rosto
A simples imagem da terra querendo me tragar
A atração era forte o suficiente
Sim, eu sabia, poderia me machucar.
A queda poderia ser suficientemente forte
Poderia não mais levantar
Mas não me detive por isso
Acreditei.
Simplesmente acreditei.
Saltei.
Livre.
A sensação foi pura e simples de emoção
Não tinha nada haver com dever cumprido
Não tinha nada haver com simplesmente uma adrenalina incontrolável.
Não, era simplesmente inexplicável.
O ar, o vento, a distância, a velocidade.
Era tudo tão certo e tão constante.
Em poucos e sublimes segundos eu senti que a liberdade não se tratava de voar.
O significado era ímpar, muito maior.
A liberdade, a tão sonhada liberdade,
Tão procurada, tão buscada,
Precisamente submetida a intermináveis divagações
Hoje representa tão somente o vento, o ar, o simples.
Saltei.
Enfrentei os medos, as miragens.
Desfrutei do saboroso e meigo conhecimento interior.
A viagem para dentro de mim, está apenas começando.
O salto não foi tão alto assim.
Apenas o suficiente para entender
Para procurar a sublime resposta de libertação.

(Gisa Borges)

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