Hoje decidi postar algo que fosse exatamente tudo que mais espero, e tudo quanto luto diariamente.
Um das coisas que mais me preocupa é a falta de organização e mobilização estudantil na sociedade atual, tirando alguns casos isolados, vivemos passivos e inértes.
Dizer que não há o que reinvindicar, é assumir que não conhecemos os problemas que entorpecem nosso país, o estado em que vivemos ou a situação de sua própria cidade. Problemas existem! O grande distúrbio existente é que reinvindicamos somente melhorias para nossa própria classe e não pensamos na quantidade de males que assolam o povo brasileiro.
As vezes coloco-me a pensar:
"Será que o movimento estudantil deve buscar somente melhorias para a classe estudantil?"
"Será que ser jovem é manter-se alheio a outros problemas e não reinvindicar soluções?"
"Somente quando atingem o meu direito é que devo gritar e ir às ruas busca melhorias?"
"E se for assim por que continuamos passivos diante dos péssimos índices do desenvolvimento da educação de nosso país?" Isso porque ir na televisão e declarar que estamos conseguindo superar problemas educacionais não demonstra o tamanho do problema das escolas públicas brasileiras. O governo se preocupa em dar acesso aos cidadãos à escrita, para demonstrar isso quantitativamente em relatórios enviados à Deus e o mundo, formando inúmeros analfabetos funcionais.
Até que consigo entender a posição do Estado. É muito mais cômodo mostrar quantidade do que qualidade!
Mas voltando ao assunto inicial... vejo pouca ação dos jovens brasileiros com relação à melhoria de vida de sua comunidade e isso às vezes chega a ser revoltante.
Se bem que se pensarmos, é bem mais fácil ser passivo, omisso, alheio... pelos menos eu não vou ter o trabalho de sair da frente do computador, ou ter que levantar do sofá onde estou ouvido o meu MP-4 de última geração... e que se dane quem nunca terá acesso a essa vida boa que tenho!
"Para quê vou me indispor com as autoridades civis e militares e contra o governo?" "Sou sustentado pelos meus pais, faço intercâmbio pela Europa e sonho em morar nos Estados Unidos para aprimorar meu inglês... perder tempo pensando e agindo por um país que só tem problema e que eu nunca vou conseguir resolver!"
Bem, triste é verificar que, apesar de todo o desenvolvimento da humanidade, o ser humano está cada vez menos humano.
Já não fazem mais jovens e estudantes como antigamente...
Ser preso e morto, por lutar por dias melhores, pela efetivação dos direitos e garantias inerentes ao cidadão, foi uma prerrogativa que ficou no passado. Muitos colocaram seus nomes na história, outros foram simples anônimos, mas ambos sabem o quanto contribuíram para que os jovens de hoje ganhassem a tão sonhada liberdade!
Tenho apenas 22 anos... não vivi o período da Ditadura militar, nem estava na Europa na época das grandes revoluções. Conheci tudo através dos livros de história, mas mesmo assim mantenho em mim esse sentimento de luta e libertação. Pena que são tão poucos os que compartilham disto comigo.
Ao liderar um movimento estudantil dentro do município onde moro, às vezes me sinto um pouco desestimulada a continuar, diante de tanta passividade e omissão.
Queria eu morrer por um ideal. Pelo menos teria a certeza que valeu a pena viver!
Mas a luta continua... por uma mobilização menos classista e mais cidadã, seja de qualquer idade, cor ou crença.
O Brasil é um país promissor, e povo deve aprender a lutar para torná-lo ainda melhor para se viver!E viva a Revolução! ... (que hoje é essencialmente, uma luta contra a passividade existente!).Giselle Borges.