quinta-feira, 29 de abril de 2010

Instantes: um poema atribuído a Jorge Luís Borges

Hoje recebi na minha página do orkut, por meio de um vídeo do youtube, um poema enviado por um amigo.

Há algum tempo recordei-me de ter lido este poema, entre tantos outros, em alguns sites pela internet. Quem me conhece sabe o quanto eu gosto deste tipo de literatura, principalmente quando se trata de poemas que retratam o ser humano de maneira simples e clara, assim como nas poesias de Drummond e de Fernando Pessoa.

Algumas pessoas (críticos literários ou metidos a isso!) gostam de dizer que tais poesias são chulas, grosseiras, sem estilo... Eu gosto do simples. Elas tem a capacidade de traduzir as variações da mente humana de uma maneira normal, sem revestimentos linguísticos de difícil compreensão.

Assim é essa poesia, INSTANTES.

A autoria dada a Jorge Luís Borges, é ainda motivo de grandes questionamentos. Há os que dizem que na verdade a autora é norte-americana e se chama Nadine Stair. Sem travar grandes questionamentos sobre a autoria, quero apenas deixar aqui o texto poético, que me encanta e me leva a reflexão cada vez que leio ele... e claro, uma homenagem a quem me proporcionou apreciá-lo mais uma vez! Valeu Waltson! Obrigada Amigo!



INSTANTES

"Se eu pudesse novamente viver a minha vida,


na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito,

relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.



Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico. Correria mais riscos,

viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,

subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui,

tomaria mais sorvetes e menos lentilha,

teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.



Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata

e profundamente cada minuto de sua vida;

claro que tive momentos de alegria.

Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente

de ter bons momentos.



Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;

não percam o agora.

Eu era um daqueles que nunca ia

a parte alguma sem um termômetro,

uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,

se voltasse a viver, viajaria mais leve.



Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera

e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua,

contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo"




(De autoria apócrifa, mas muitos atribuem o poema a Jorge Luís Borges)


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